Friday, February 03, 2006

O Vermelho e o Vermelho

"Pois tudo que eu relato, eu o vi;
e, se pude enganar-me ao vê-lo
com certeza não estou enganando
ao contar-lhe"

Depois de dois meses carregando o tijolinho debaixo do braço, intercalando com outros livros, curtindo a caprichada edição da Cosac & Naify dou por encerrado este "O Vermelho e o Negro" da temporada.

Ai, romances burgueses do séc. XIX... insistentes em deixar intrigadas, assim, as senhorinhas burguesas do séc. XXI. (sim, agora que fui contratada estou definitivamente condenada a ser uma senhorinha burguesa! rsrs)

"A palavra foi dada ao homem para esconder seu pensamento", me joga na cara a certa altura monsieur Stendhal. E eu aqui gastando as madrugadas para preencher páginas de Ilustradas, e Blogs e afins. Quantos pensamentos a esconder!

(E às vezes tudo o que eu quero é simplesmente receber um telefonema.)

"Mas, se gozar esse prazer com tanta prudência e circunspecção, não será mais um prazer para mim"... fantástico este trecho! Vermelho, como a casca das lixias, e o sangue, e a tal da paixão. A semana acabou, mais uma vez. Ninguém nunca sabe os vermelhos e negros que o final de semana nos reserva.

2 Comments:

Blogger carolina said...

preciso criar coragem para ler esse. ele está me provocando na estante há uns três anos. pego o livro, folheio, leio as primeiras páginas e logo canso. vou tomar uma atitude depois de terminar o livro sobre a psicologia pós-holocausto. muito interessante, depois podemos trocar umas idéias.

quero mais uma cerveja. mais um jantar. mais algo.

beijos beijos;

5:35 AM  
Blogger Furão said...

Essa frase do Stendhal é gênial. Não é a toa que escrevemos tanto menina. A leitura é a arte de se deixar enganar, e talvez esse seja seu charme: aceitar ser enganado e mergulhar nas mentiras de tinta.

Não nos esclarecemos, escapamos de nossas mentiras, descansamos de nossos disfarces e nos deslumbramos com as imagens construídas pelos outros... Férias, nada mais.

7:00 PM  

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