Para quem lê o Estadão.
"Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas"
(A divina Clarice, na frase que, entre outras coisas, abre meu TCC)
A semana passada foi bem pouco produtiva no jornal. Trabalhei muito, mas acabei conseguindo publicar apenas um textinho bem pequeno, sobre a vida de Adalgisa Nery (1905-1980), baseado num documentário . Outras pautas plásticas caíram por água a baixo, por motivos variados... faz parte.
De qualquer jeito, gostei especialmente de fazer o texto... (in http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0605200622.htm) Adalgisa era uma mulher forte, chiquérrima, politicamente atuante, boa escritora e bastante inteligente... essas coisas que a gente se esforça tanto (tanto!) para ser e nem sempre consegue.
Relendo hoje o tal artigo , encontrei um trecho engraçado:
"Tão interessante quanto sua atuação política é a amizade elegante que nutriu por toda a vida com o poeta Murilo Mendes (1901-1975). Belos trechos de correspondência deixam entrever intimidade e afeto não propriamente característicos de "bons amigos", mas o programa termina sabiamente sem esclarecer o que houve entre os dois _ deixemos no domínio privado o que a ele pertence."
Engraçado. As palavras são sempre armadilhas. Resgatam passados, antecipam futuros, zombam da nossa bizarra, às vezes surpreendente, existência. Quem procura significados ocultos no horóscopo, devia começar a procura-los nas próprias linhas_ ou entrelinhas.
"Deixemos no domínio privado o que a ele pertence...". Pensei muito nos últimos dias sobre a natureza deste blog. Seria ele, afinal, um espaço propriamente público ou privado? Exacerbação absurda das duas coisas? Meu coração não sabe. Até onde o vivido, pensado, sonhado, sentido deve ser jogado aqui com uma sinceridade exorbitante? Tema para próximas elocubrações.
Frase da semana: "O desejo é um concerto polifônico" (ai, esse show do Gismonti). Fala em muitos tons, tem muitas caras; se traveste de outras coisas. Pode o afeto virar desejo? Pode o desejo virar afeto? Meu coração não sabe. Ou sabe muito bem, e finge que não. Enquanto isso, cantarola "Ela Faz Cinema", disco novo do Chico, faixa 7.
(A divina Clarice, na frase que, entre outras coisas, abre meu TCC)
A semana passada foi bem pouco produtiva no jornal. Trabalhei muito, mas acabei conseguindo publicar apenas um textinho bem pequeno, sobre a vida de Adalgisa Nery (1905-1980), baseado num documentário . Outras pautas plásticas caíram por água a baixo, por motivos variados... faz parte.
De qualquer jeito, gostei especialmente de fazer o texto... (in http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0605200622.htm) Adalgisa era uma mulher forte, chiquérrima, politicamente atuante, boa escritora e bastante inteligente... essas coisas que a gente se esforça tanto (tanto!) para ser e nem sempre consegue.
Relendo hoje o tal artigo , encontrei um trecho engraçado:
"Tão interessante quanto sua atuação política é a amizade elegante que nutriu por toda a vida com o poeta Murilo Mendes (1901-1975). Belos trechos de correspondência deixam entrever intimidade e afeto não propriamente característicos de "bons amigos", mas o programa termina sabiamente sem esclarecer o que houve entre os dois _ deixemos no domínio privado o que a ele pertence."
Engraçado. As palavras são sempre armadilhas. Resgatam passados, antecipam futuros, zombam da nossa bizarra, às vezes surpreendente, existência. Quem procura significados ocultos no horóscopo, devia começar a procura-los nas próprias linhas_ ou entrelinhas.
"Deixemos no domínio privado o que a ele pertence...". Pensei muito nos últimos dias sobre a natureza deste blog. Seria ele, afinal, um espaço propriamente público ou privado? Exacerbação absurda das duas coisas? Meu coração não sabe. Até onde o vivido, pensado, sonhado, sentido deve ser jogado aqui com uma sinceridade exorbitante? Tema para próximas elocubrações.
Frase da semana: "O desejo é um concerto polifônico" (ai, esse show do Gismonti). Fala em muitos tons, tem muitas caras; se traveste de outras coisas. Pode o afeto virar desejo? Pode o desejo virar afeto? Meu coração não sabe. Ou sabe muito bem, e finge que não. Enquanto isso, cantarola "Ela Faz Cinema", disco novo do Chico, faixa 7.
2 Comments:
cada vez melhor. impressionante, cara amiga. beijos saudosos.
odeio assumir isto aqui, mas... só não entendi o título... neuras de quem trabalha no lugar que é tudo, menos ÃO...
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