Monday, August 29, 2005

Cai o pano

"À mulher de César não basta ser honesta;
é preciso parecer honesta..."

Eu, convocada para cobrir um ensaio de ópera...

Mas... eu não gosto de ópera! E o que pior: não entendo xongas (chongas? shongas?). Como será que vai sair essa matéria? Talvez esta aqui saia boa, improvisada; talvez a próxima saia legal, OK, mas em algum momento a farsa não segura, caem as máscaras de "entendida" e imagino a cena shakespereana (ou mesmo algo mais arcaico, estilo Sófocles) de revelação da verdade. Tragédia pura...

Ainda bem que no lugar das antigas máscaras virão sempre novas máscaras, e assim sucessivamente... As cortinas se fecham, mas no dia seguinte "it's show time"...
Como esposa de César, sou uma ótima amante.

Thursday, August 25, 2005

Reunião de cúpula

Num discreto Franz Café de São Paulo, o nada discreto "friends meeting".
Entre doces e guloseimas, BiancaMaria (linda, cheia de sorrisos habituais e malucos instintos maternos) e Juju (querida, amada, saindo da PUC cansada, falando mal dos flanelinhas, e insistindo "eu não tenho 12 anos", pequena).

Sensacionais estas mulheres, muito sensacionais. Saudades agora é de Bel Fragelli, a sensacional-sumida

Saturday, August 20, 2005

"Diante da Dor dos Outros"

Dia em casa, quem diria? Eu e meus livros, e meus papéis, e meu cachorro, e meu cansaço

Ontem quase enlouqueci um taxista ao confundir nomes de ruas paulistanas (Amâncio de Carvalho e Martiniano de Carvalho são nomes parecidos às 4:30 da manhã).

Durante a tarde, encontrei Margherite Duras (ou será que ela me encontrou?) :
"Escrevo sobre amor, mas não sobre a ternura. Não gosto de pessoas afetuosas. Eu sou muito dura. Quando amo alguém, eu o desejo. A ternura, porém, supõe a exclusão do desejo"

Divina.

Como se não bastasse Duras, recebi nesta semana um e-mail entitulado "Sontag, ainda".
Ainda, pois é ... lá se vão quase dois anos e ainda a mesma assinatura nestes emails tão insuportavelmente inteligentes. Susan Sontag é um fantasma que mora na av. Ipiranga - pois sim- Susan Sontag é um fantasma que me convida para jantar, e eu inevariavelmente aceito.
O problema é que os jantares com Sontag sempre terminam da mesma forma

Mas, OK, time to sleep... deixemos para amanhã fantasmas, vampiros, mortos-vivos e outros seres bizarros. Amanhã tem jazz no parque... isso, nesse momento, me faz feliz.

Friday, August 12, 2005

Jornada londrina

Apesar de todo o jazz que há no mundo, apesar das letras do Chico, da voz da Elis, existe algo que nada disso alcança.

Existe um estado "incognito" que só um reles CD de pop britânico _ vogais femininos agudos e letras sem metafísica_ é capaz de minimamente decifrar ou traduzir. Aquela mistura de ingredientes simplórios: alegria melancólica, solidão urbana, espanto diante do inusitado.

Porque há o espírito soturno de quem trabalhou mais do que devia, o desejo esfumaçado de sentar num bar e pedir um "pint" de cerveja escura, meio amarga. Sim, saudades desta estética "porãoziho da Bela Cintra" em que todo mundo é absolutamente estranho. Mundo alucinado a que nunca pertenci mas que, misteriosamente, entendo.

Só isso. Depois de 14 horas de imersão nas letras miúdas, o desejo de um dia brincar de ser jovem em Londres, ou em São Paulo, mesmo... Ser responsável, e organizada, e inteligente, e interessada, e bem-resolvida nem sempre é tão legal quanto parece. Existe algo que ficou esquecido entre os velhos edredons, os cremes de papaia e tantos outros episódios da vida afora. Só isso.

Saturday, August 06, 2005

Time after time

(título emblemático, oh god...)

Pois sim, há tempos em que se escreve, há tempos em que se vive.

Por hora, só vivências, um monte delas, misturadas.
Medo de pagar pra ver, peut-être...
Por quanto tempo se pode andar na ponta dos pés sem cair?
Eu jamais soube andar de salto.

Por hora, só 1, 72m de emoções cambaleantes, merda.