Sunday, July 24, 2005

After hours

Quinta-feira voltei de madrugada. Exausta como sempre, zonza, sempre. Exausta.

A 23 de maio a perder de vista e eu contente, paisagem um pouco surrealista: os faróis brancos dos carros, a garoa fina e um frio de gelar a espinha . O Fito Paez cantava "Mariposa Technicolor" (começando com o emblemático verso "Todas las mañanas que vivi, todas las calles donde me escondí") em alto volume, e, misteriosamente, senti saudades de Buenos Aires, uma espécie de melancolia contente.

De repente vem a estrofe final, o arranjo fica mais forte, uma bateria enfática:

"Yo te conozco de antes
desde antes del ayer
yo te conozco de antes
cuando me fui no me alejé...
Llevo la voz cantante
llevo la luz del tren
llevo un destino errante
llevo tus marcas en mi piel
y hoy sólo te vuelvo a ver..."

Acelerei até os 80 por hora. Já em casa, um chuveiro quente e um pijama de flanela acalmaram meus ânimos porteños.

Amanhã, Caetano Veloso, eu acho.

Sunday, July 17, 2005

Amem.

Assisti um DVD sobre o Lutero. Chama-se "Lutero" (UAU!)

Acho que todos os meus pecados estão perdoados.
Pelo menos por essa noite...

Vou dormir! Às vezes me identifico mais com o Garfield do que com os grandes personagens da história.

Saturday, July 09, 2005

Por quem os sinos dobram

Trabalhar 15 horas seguidas, trabalhar até ficar zonza, trabalhar até ter os músculos internos dos olhos um pouco doloridos pela luz fria da redação.
Lá fora faz frio e aqui dentro somos jornalistas esbaforidos com os últimos acontecimentos londrinos.
Recebo telefonemas de Ouro Preto com relatos sobre o festival cultural. Blocos na rua, concertos de música barroca, discussões sobre o patrimônio histórico. De repente me da vontade ter apenas três dias, dois livros e uma casinha na Minas colonial.
Mas, atenção, realidade. Mais malas de dinheiro pseudo-semi-público são encontradas circulantes nos aeroportos. Envolvido está o irmão de Genoino, mais um para o rol de ramóias da república.
Um minuto de silêncio: pelos mortos em Londres, pela tristeza de um Brasil arruinado sem qualquer lasca de sentimento público, pelo trânsito de sexta-feira que não perdoa ninguém.
Vida aos sinos que badalam, sóbrios, nos pequenos grandes confins das Gerais. Saudades de sol e sossego.

Saturday, July 02, 2005

Faço, desfaço, refaço

No Sesc "bem longinho", peça de Stoklos sobre Bourgeois. O trabalho de corpo mais impressionante dos últimos tempos e a inveja de nós, pobres mortais, por não termos essa flexibilidade de movimentos. Enquanto assisto a mulher-mola se partir em pedaços me doem miseravelmente os ombros e o pescoço.

Duas frases do texto:

"Não se chega a lugar algum sendo literal"

"Perguntou se eu era feminista; respondi que não, ser mulher já me basta"

Amanhã te mais teatro: De novo Sesc (porém outro), de novo amigos (sim, outros).
Novamente um bom capuccino antes da peça??? (aí já não sei... )

Sim, amanhã tem mais teatro. Só não sei se tem mais blog... ainda não entendi exatamente qual é o barato dessa brincadeira e a quem ela interessa.
Por hora, nem blues nem shadows, apenas "streets" paulistanas. Madrugada de sábado.