Friday, January 27, 2006

Meu Deus, que coisa fofa!

O Conforto Dos Teus Braços
Composição: João Linhares

Oito horas de vôo num concorde
Cinco dias num barco mar adentro
Sete noites dormindo ao relento
Sete ciganas lendo a minha sorte
Quatro dias, em pé, no trem
Da morte
Vinte léguas montado num jumento
Sete mil flores no meu pensamento
E eu trilhando os últimos espaços
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

Valentia de pai ou de irmão
Concorrência com o astro
Do momento
Temporal, tempestade, chuva
E vento
Holocausto, hecatombe e tufão
Desemprego, palestra e sermão
Tititi, coqueluche, casamento
Pé de ponte, mansão, apartamento
Paparazzi, sucessos e fracassos
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

Ladroíce, mutreta, malandragem
Álcool, droga, barato, passamento
Amnésia, larica, esquecimento
Roubalheira e má politicagem
Cabaré, palacete, sacanagem
Fome, greve, motim,
Acampamento
Confusão, batalhão, fuzilamento
Reclusão, solidão, sonho
Aos pedaços
[Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

PS. Ouvir isso no rádio deixou minha semana mais feliz.
PS2. Viva a sexta-feira

Sunday, January 22, 2006

O retorno

O melhor de abandonar o blog por tanto tempo foi descobrir que algumas pessoas (por motivos absolutamente desconhecidos) passam e lêem as coisas que eu escrevo.

La vida es llena de misterios, que se puede hacer?

Fiquei pensando que, com essas "férias" o suposto diário sequer mencionou a ida ao Rio, o pastel de camarão do Belmonte, o show da Teresa Cristina, as macumbas de ano novo, a alegria bêbada absoluta com a Julinha (trançar as pernas pelas ruas do Flamengo), a passadinha em Paraty e a sensação de "quero fugir para cá no inverno", a volta para uma São Paulo quente, mas cheia de noites frescas no Filial e arredores, a entrada de um novo editor que ainda não sei que apito toca, o show no auditório Ibirapuera e a cantoria alucinada no carro com a Beta, a ida ao Vegas e o fim de noite no Filial, a minha cara de pau ao oferecer bolinhos de arroz para o rapaz bonito e cabeludo, o livro do Stendhal que não termina nunca, a ida ao cinema sozinha para ver "2046", a caminhada para a Benedito com a bendita Re Codas (aniversariante amanha), o vinho com a Carol na casa da Diana e a certeza cada vez maior de que adoro essa menina, o passeio agradável no parque com o David e a descoberta (talvez mútua) de que a gente se vê menos do que deveria, meus pais fora de casa e o sossego da manhã, o sossego da madrugada, o sossego do fim de semana, Paulinha comovida com o risoto de aspagos e eu comovida com essa amiga tão importante, show da Mariá, a célebre amiga célebre_baterista foda, a felicidade de ver novas matérias na página (Fradique, tatuagens, e assim vamos), a conversa com a Ana Estela lembrando minha paixonite pelo Otávio, os sorvetes da Feira Moderna sabor graviola, mangaba; o gosto de noite mal dormida e banho gelado, a Monica Salmaso cantando "Sinhazinha", o inferno de cobrir a fila do U2, a vontade que de vez em quando tenho de mandar o jornal à merda.

Sol e chuvas de um tempo que só acaba quando termina... as águas de janeiro não fecham o verão. Elas só dão mais e mais sede. "É promessa de vida no meu coração", canta Tom no piano. Que venha o ano e suas surpresas. Saravá