Tuesday, July 11, 2006

Rosa dos Ventos

Deitada na cama, de bruços. Estava levemente bêbada quando ele veio lhe dizer que gostava dela.

Vacilou por alguns momentos, talvez mais bêbada do que a princípio imaginara; 'você, o quê?' A cabeça dava algumas voltas. Era bem provável _quase fato_ que ela também gostasse dele, embora não soubesse muito bem de que jeito, com que nome, desde quando.

Porque era com ele que ela havia saído para comer shimegis numa segunda-feira à noite. E era com ele que ela ia de mãos dadas no cinema, cheia de felicidade e medo de ser assim, solenemente, uma namorada. (essa pieguice dos casais).

Voltou a sentir vontade de tatuar aquela rosa dos ventos nas costas _ projeto secreto dos seus 15 anos. Sempre tantos vendavais contracorrentes, correntezas; sempre milhões de direções, caminhos, possibilidades... E conosco só essa bússula enlouquecida que é a nossa cabeça, tentando imaginar nortes de orientação.

Dúvida: Será que ela saberia, nesta vida, viver algum outro papel que não o da desiludida durona, aventureira indecisa, neurótica sonhadora? Até quando? Hasta quando?

She was trying hard.